sexta-feira, 4 de abril de 2014

De 27 jornalistas mortos no mundo em 2014, 4 eram brasileiros, diz ONG


Relatório trimestral de organização suíça foi divulgado esta semana.
Brasil foi o segundo país com mais jornalistas mortos, atrás só do Iraque.


Santiago Andrade, Pedro Palma e José Lacerda da Silva: três dos quatro jornalistas mortos em serviço em 2014 (Foto: Arquivo pessoal)Santiago Andrade, Pedro Palma e José Lacerda da Silva: três dos quatro jornalistas mortos em  2014







O Brasil responde por 4 das 27 mortes de jornalistas em serviço em todo o mundo no primeiro trimestre de 2014, segundo relatório periódico divulgado pela Press Emblem Campaign (PEC), organização localizada na Suíça que desde 2007 mantém registros de mortes acidentais ou não-acidentais de jornalistas. O país foi o segundo com mais mortes entre janeiro e março deste ano, empatado com o Paquistão e atrás apenas do Iraque, onde morreram cinco profissionais de mídia.
As quatro mortes registradas no Brasil aconteceram todas no mês de fevereiro. No dia 10, o repórter cinematográfico da TV Bandeirantes Santiago Ilidio Andrade teve morte cerebral, quatro dias depois de ser atingido na cabeça por um rojão, durante manifestação no Rio de Janeiro. No dia 13, também no Rio, o jornalista Pedro Palma, dono do jornal impresso "Panorama Regional", foi assassinado a tiros na porta de sua casa, em Miguel Pereira.
No dia 16, o cinegrafista José Lacerda da Silva, da TV Cabo Mossoró TCM, também foi morto a tiros, no Rio Grande do Norte. Em 27 de fevereiro, Geolino Lopes Xavier, que trabalhava na TV N3, foi morto em Teixeira de Freitas, na Bahia.

Além de Iraque, Brasil e Paquistão, outros dez país registraram mortes de jornalistas no 1º trimestre de 2014: Afeganistão (3), Síria (2),
 México (2), Arábia Saudita (1), Cambodia (1), Colômbia (1), Egito (1), Líbano (1), República Democrática do Congo (1) e Ucrânia (1).O número de jornalistas mortos no Brasil no primeiro trimestre de 2014 não está distante do total de mortos em 2013, quando a PEC contabilizou 6 mortes. Segundo dados da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), o Brasil foi o país da América Latina mais perigoso para a profissão.
Santiago Andrade não foi o único jornalista morto durante a cobertura de uma manifestação. Outros três profissionais perderam a vida enquanto registravam protestos no Paquistão, na Ucrânia e no Egito desde o início do ano.
O secretário-geral da PEC, Blaise Lempen, afirmou, em um comunicado divulgado nesta quinta-feira, que também preocupa o fato de rebeldes da Síria manterem em cativeiro, há meses, mais de uma dúzia de jornalistas sequestrados enquanto registravam a guerra civil no país. Segundo ele, a detenção prolongada dos profissionais é "escandalosa", e representa igual tortura às famílias dos reféns.
Um jornalista morto a cada três dias
No ano passado, 30 jornalistas foram mortos no primeiro trimestre. No ano inteiro, foram 129 mortes. Entre 2009 e 2013, foram 609 mortes registradas, uma média de um jornalista morto a cada três dias. Mais de 400 dessas mortes foram concentradas em apenas 10 países, incluindo o Brasil, que registrou 28 mortes de jornalistas, sendo o oitavo país mais perigoso no mundo para essa profissão
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