Homem que atirou em três pessoas em SP tinha armas, facão e espadas
Fernando Gouveia, que tem problemas mentais, reagiu à internação.
Polícia também achou uma ‘besta’, espécie de arco para flechas.
Armas encontradas na casa onde Fernando Gouveia estava
A Polícia Militar apreendeu armas de diferentes calibres e tipos na
casa do administrador de empresas Fernando Gouveia, de 33 anos. Na manhã
desta quinta-feira (18), ele atirou contra três pessoas na região da
Aclimação, em São Paulo. Gouveia tem problemas mentais e reagiu à abordagem de uma equipe que tinha ordem judicial para interná-lo.O delegado-titular do 6º Distrito Policial, José Gonzaga Pereira da Silva Marques, disse que todas as armas eram regularizadas. Segundo o delegado, Gouveia passou a adquirir as armas recentemente. “Ele disse que não encontrou dificuldades para encontrar as armas”, afirmou. O homem disse à polícia que admirava as armas. Ele também contou que tinha duas câmeras na residência onde morava porque “sentia medo de ser atacado”.
Segundo o delegado, “nem a mãe dele sabia que ele mantinha tantas armas, e dessa qualidade”. “Ela disse que ele nunca revelou nada”, contou Marques.
Rendição
O administrador se entregou à polícia por volta das 17h, após cerca de nove horas de negociação. Após a rendição, Gouveia foi atendido com ferimentos leves no Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), onde passou por avaliação, e depois foi levado para o Instituto Médico-Legal. De lá, seguiu para o 6º Distrito Policial, onde será interrogado.
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Pela manhã, um oficial de Justiça, um médico, três profissionais de
enfermagem e o advogado da família de Gouveia foram até a residência
para interná-lo. A dona da casa, que é psicóloga e companheira do
suspeito, gritou ao saber que o grupo pretendia levá-lo. Fernando chegou
por trás da mulher e disparou.Além da psicóloga, o atirador feriu um oficial da Justiça e um técnico de enfermagem. Gouveia acabou sofrendo ferimentos leves ao resistir à abordagem. Segundo a polícia, ele lutou com o enfermeiro, que conseguiu desarmá-lo.
As negociações, que começaram por volta das 8h30, duraram cerca de nove horas. Após a rendição, a polícia realizou uma inspeção dentro da residência na Rua Castro Alves, na região da Aclimação.
Segundo o tenente-coronel da Polícia Militar Marcelo Pignatari, Gouveia vai responder, inicialmente, por tentativa de homicídio triplo e também contra os policiais. O caso será investigado pelo 6º Distrito Policial, no Cambuci.
Estado de saúde
O diretor de atendimento à saúde do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), Antônio Moreno, disse que Gouveia chegou “calmo e tranquilo”. Ele tinha um ferimento no rosto, que foi suturado.
Segundo a Secretaria Muncipal de Saúde, os socorridos foram levados ao HSPM. O estado de saúde do técnico de enfermagem Márcio Teles, de 27 anos, da psicóloga Silvia Helena Godin, de 45 anos, e do oficial de Justiça Marcelo Ribeiro de Barros, de 49 anos, era considerado estável.
Fernando Gouveia se feriu durante tentativa de
evitar internação
Os três pacientes estão conscientes. Segundo o cirurgião-geral do
Pronto-Socorro, o oficial de Justiça, ferido no tórax, passou por uma
drenagem e reagiu bem. Os outros dois feridos têm estado de saúde
estável. O oficial de Justiça foi transferido para o Hospital
Bandeirantes e a psicóloga, para o Hospital São Camilo.evitar internação
Marcio Teles Lima, de 27 anos, por sua vez, foi transferido para o Hospital Alvorada, de Moema, na Zona Sul. De acordo com boletim médico divulgado, ele deu entrada "por conta de um ferimento à bala, que está alojada na sexta vértebra cervical (região um pouco abaixo do pescoço)". Segundo o comunicado, o paciente "está consciente, realizando exames e será transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para que possa ser monitorado e receber os devidos cuidados da equipe médica".
A PM negociou com o atirador pelo telefone celular da mãe do suspeito e também em conversa direta com ele a partir do imóvel ao lado. O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da PM, isolou a área e moradores da rua não puderam transitar no trecho.
"Nossa preocupação quando ele se entregou foi tranquilizá-lo, dizer que ele não precisava ficar nervoso. Levamos para a casa ao lado, onde ele deitou na maca e a equipe médica fez os primeiros atendimentos, viram que não tinha nada grave e ele foi algemado", disse o tenente-coronel Pignatari. "Ele ainda está perturbado, dá para ver pelo movimento dos olhos dele", afirmou.
Pedido de interdiçãoDe acordo com pessoas ligadas à família do atirador, Gouveia não trabalhava e tinha esquizofrenia, constatada em laudo médico. A família havia entrado recentemente com um pedido de interdição, como medida protetiva para avaliação e internação.
A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou que, como o processo pertence à Vara da Família, ele corre sob segredo.
G1.com
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